Laureado senador

Posted in Uncategorized with tags on 29/06/2009 by gymp3

Pululam na literatura exemplos de pessoas que nela enveredaram para expressarem demandas políticas ou se engajarem em letras e demais armas para disseminar manifestos. Bertold Brecht bradou contra Hitler e conseguiu gritar alto sua repulsa ao regime nazista. Lima Barreto criou o Policarpo e teceu uma cáustica crítica ao Brasil de Floriano Peixoto e demais militares do final do XIX. Contudo, à revelia dos literatos citados, há quem use as letras – e as academias de letras – não necessariamente para criticarem ou romperem com uma dada conjuntura, mas para se manterem estabelecidos.

O novamente senador do Brasil, ex-presidente da república e membro da cadeira 38 da Academia Brasileira de Letras, José Sarney (PMDB-AP), acumula tantas patentes quanto denúncias de corrupção frente à presidência da casa legislativa. Nas últimas semanas o senado e ele mesmo estão amargando por ações no mínimo duvidosas. Contratações irregulares, autoritarismo, nepotismos e silenciamento apenas encabeçam a lista de denúncias que o senador deve responder e se esquivar.

Na última sexta-feira, 26, o Partido Socialismo e Liberdade (P-SOL), sob a batuta da ex-senadora Heloísa Helena, confirmou que formalizará denúncia a Sarney no Comitê de Ética do Senado. Caso o partido realmente o faça, essa será mais uma prova de fogo para o senador. Auto-declarado autor de mais de cem livros, Sarney utiliza seu conhecimento do vernáculo para conseguir, por vias distintas, promover o lulismo de sempre: “não sei”; “não fiz”; “não me é responsabilidade”.

Contudo, a tinta carregada de Sarney não é tão eficaz em outro campo que parece fugir de suas especialidades. Inúmeras ações na internet desafiam a credibilidade deste cidadão de alta patente e surgem como alternativa ao monopólio das rádios, tvs e jornais que possui no Maranhão e em outros protetorados.

No blog Eu Jornalisto, Sarita Bastos divulga as manifestações virtuais, que em determinados momentos foram realizadas inclusive em sincronia com as passeatas nas ruas de São Luiz (MA). No Orkute no Twitter,  sites, comunidades e perfis criam outras ficções – menos áuras por sinal – da carreira e do atual cargo de José Sarney no Congresso. Destaque para as contra-histórias e as descrições que deliberadamente refazem o percurso deste notável político. Com o habital sarcasmo, a Desciclopédia conta uma outra versão da saga de Sarney e familiares.

Brecht criticou Hitler e atacou seu âmago quando minou sua habilidade artística. O anti-nazista chamou o líder alemão de pintor de paredes, contestando sua destreza perante as telas. Brecht acabou exilado, mas manteve seu furor contra o regime. Lima Barreto foi humilhado, preso, internado numa clínica pois queria um Brasil mais digno. Sarney quer apenas se manter com as práticas políticas que herdou do começo do século XX e provavelmente utilizará de toda sua reputação e relevância na literatura (com seus valiosos títulos) para chegar até o fim. Inclue-se aí toda a encenação capciosa e as tentativas de retirar-se do âmago debate. Continue, laureado senador.

Por Marcelo Perilo

Competição, poesia e internet

Posted in Uncategorized on 26/06/2009 by jhosuelin

Será que a poesia é passível de ser julgada como acontece em vários festivais? Podemos realmente medir se esta poesia é melhor do que aquela? Como medir o valor de uma poesia objetivamente, se a subjetividade de um poema é a sua essência? Conheço duas maneiras de competição em poesia que – se por um lado ousam avaliar a qualidade de um poema em relação a outro – também contribuem para que pessoas sejam imersas nessa forma de arte: o poetry slam norte-americano e o repente nordestino.

A primeira, menos conhecida no Brasil, é uma competição nos seguintes moldes: uma plateia se reúne em um bar ou em um teatro e assistem à leitura ou à declamação de alguma poesia escrita, geralmente, pelo autor do texto. Há uma equipe de jurados previamente escolhidos que atribuem notas aos participantes. As regras do jogo, na maioria dos casos, se resumem na limitação do tempo que cada um deve gastar para ler/recitar sua poesia. Os poetry slams enfatizam a oralidade e por isso fazem parte do movimento chamado spoken word poetry, traduzido literalmente como poesia da palavra falada, e que teria surgido no final da década de 80 nos Estados Unidos.

A segunda, velha conhecida de nós brasileiros, surgiu da arte popular dos trabalhadores rurais no nordeste, mas hoje é uma forma de arte extremamente urbana, devido ao grande êxodo rural para as grandes cidades. Ela se diferencia da primeira na medida em que a música, tocada pela viola sertaneja dos poetas improvisadores, frequentemente não se encontra nos poetry slams. Sendo assim, ao passo que a modalidade norte-americana prioriza as poesias em versos livres, o repente brasileiro é feito em sextilhas ou septilha.

Ambas modalidades utilizam a internet, CDs e DVDs para tornarem-se mais visíveis e, apesar de serem utilizadas para disputas, dão a maior força para a poesia que, em sua origem, era feita apenas por meio da oralidade.

Poesia e blogs

Posted in Uncategorized with tags , on 09/06/2009 by jhosuelin

O vivaletra tem muito o que discutir à respeito do gênero lírico nos blogs. Sou leitor de poesia e estou me aventurando cada vez mais em blogs que publicam esse tipo de texto. Devo confessar que não gosto da maioria das coisas que leio por aí em blogs. Porém, há certas coisas que valem muito a pena serem lidas e sobre as quais trataremos em outros posts.

Ao encontrar tanta poesia, que para o meu gosto não serve muito, me pergunto como a internet está influenciando a formação de novos leitores. Será totalmente positiva a maneira como a poesia é feita na internet? Se sim, o que pode ser feito para maximizar o potencial da rede nesse sentido? Se não, o que deve mudar? Dê a sua opinião!
Encontrei um artigo em um blog que responde, de certa forma, a esse questionário. Leitores e fãs, sintam-se a vontade para acessá-lo e comentá-lo.

O papel da poesia na internet

Ciber-o-que? A pesquisa sobre literatura e internet

Posted in Uncategorized with tags on 06/06/2009 by gymp3

A relação entre internet e literatura, além deste próprio blog, tem sido a preocupação de um crescente número de pesquisadores interessados em explorar questões-problema referentes ao tema. O conjunto de pesquisas não funda uma área de pesquisa inteiramente nova, mas complexifica o campo de investigações que se envereda no âmbito das novas tecnologias, mídias e literatura.

O artigo Das telas para o papel: blogs como fonte para a Literatura de Massa, de Elisa Vidal, Gláucio Aranha e Patrícia Azevedo, apresenta que peculiaridades da internet que estão possibilitando revisão dos paradigmas na relação leitor-autor. A título do exemplo, o hiper-texto é um dos mecanismos que fornecem maior capacidade de agência ao leitor que, assim, tem mais autonomia e possibilidade de escolha sobre o que e quando ler em um ambiente não-estático que é a web.

Segundo o texto, somos contemporâneos da emergência de um “leitor-interator” (sic). Um aspecto apontado pelos autores é o fenômeno literário ocasionado pelo sucesso dos blogs, como o que ocorreu com Bruna Surfistinha. A autora do blog relatava suas experiências como garota de programa e, posteriormente, publicou um livro que se tornou best-seller.

Marcos Silva Palácios em seu artigo Jornalismo e literatura na internet: combinando pesquisas com experiências didáticas se dedica a pensar a adequação da prosa e da poesia na internet tendo como referencia o que denomina suporte telemático, ou seja, “a hipertextualidade, interatividade, multimidialidade, personalização, memória, atualização contínua”. Neste texto o autor discute a profusão de mecanismos de divulgação literária on-line até experiências de produção de prosa e poesia exclusivos para a internet.

Um outro artigo, Literatura, televisão, globalização, transdisciplinaridade e internet, de Pedro Pires Bessa, propõe um ligeiro panorama que discute a literatura na internet relacionando-a com outros meios de comunicação, como a tv. Confira abaixo o endereço para a íntegra dos textos e aprofunde a compreensão dos temas e questões explorados nas pesquisas sobre literatura e internet.

Das telas para o papel: blogs como fonte para a Literatura de Massa

Jornalismo e literatura na internet: combinando pesquisas com experiências didáticas

Literatura, televisão, globalização, transdisciplinaridade e internet

Sobre plágio, literatura e internet

Posted in Uncategorized with tags , on 02/06/2009 by jhosuelin

Outro aspecto também fundamental na discussão proposta por esse blog é sobre o velho hábito de copiar e colar algo escrito por outrem. Como bem sabemos, a web é grande facilitadora dessa prática, a qual, a meu ver, só pode ser verdadeiramente combatida a partir de uma “educação digital” mais esclarecedora, por parte de pais, professores e usuários da rede de forma geral.

Não é raro recebermos mensagens, correntes, declarações de amor, homenagens etc., que utilizam textos – alguns até bastante legais – de autores supostamente famosos, mas que, quando buscamos as verdadeiras fontes, ou estas são desconhecidas ou pertencem a outros autores, consagrados ou não.

Há várias formas de plágio. O plágio sacana é aquele em que uma pessoa visita um blog de alguém, copia a poesia ou o conto do autor que ali está exposto e publica como se fosse de sua própria autoria. O plágio espertinho é aquele em que a pessoa publica o seu texto como se fosse de autoria de um escritor famoso só para que a sua mensagem seja mais lida e divulgada –  com certeza alguém já recebeu mensagens de William Shakespeare no melhor tom de auto-ajuda, de um mau gosto criminoso! Há até mesmo o plágio meio que de inocência, quando alguém posta em seu blog ou até mesmo em seu perfil de páginas de relacionamento alguma frase, trecho de música, versos ou passagens literárias sem indicar o autor, fazendo com que os mais desavisados pensem que o texto possa ser da autoria de quem está postando. Este último trata-se de um dos mais comuns, visto que muitas pessoas não vêem mal algum em colocar o refrão da sua música preferida ou um aforismo de um escritor famoso no seu perfil do orkut,  sem informar o compositor ou autor algum.

Infelizmente – e felizmente para muitos copiões – não creio que haja uma legislação que possa infligir punições a esses casos de plágio. Porém, a denúncia de quem por eles se sente agredido, juntamente com a desconfiança de leitores, podem surtir efeito  na formação de uma comunidade em rede mais ética. Cabe a nós agir na seleção de textos mais confiáveis. É nossa responsabilidade também nos policiarmos para que não sejamos plagiadores meio que inocentes, julgando que a web é terra de ninguém e, portanto, livre para todos os tipos de deslizes.

Abaixo estão alguns links de sítios em que esse tema é debatido com mais propriedade. O leitor poderá comentar o texto e também citar exemplos dos por eles descobertos.

http://www.gargantadaserpente.com/artigos/solange_firmino.shtml

http://blosque.com/2008/07/copias-na-internet-nem-tudo-e-plagio.html

Literatura e convergência

Posted in Uncategorized on 29/05/2009 by gymp3

A literatura é manifestada e acessada com frequencia por meio do texto impresso. Textos, estes, que talvez se perderiam se fossem transmitidos pelas tradições orais. Através de várias técnicas e superfícies para a grafia criadas no mundo, citando por exemplo o nanquim, os hieróglifos, a imprensa de Gutemberg, a serigrafia, textos diversos puderam ser consultados e registrados.

Com o desenvolvimento tecnológico, principalmente a partir da segunda metade do século XX, uma grande profusão de contos, poesias, ficções, relatos e romances inteiros puderam convergir em suportes inteiramente novos, inclusive na internet. Há sites na rede mundial que ofererecem a adaptação literária para áudio ou ainda para vídeo.

Um destaque é o trabalho do Instituto Itaú Cultural, centro de referência em fomento a cultura sediado na cidade de São Paulo. A instituição estimula trabalhos que se referem a adaptação de literatura impressa para outros suportes e, ainda, incentiva através de alguns editais e programas a criação literária para os moldes específicos de alguns veículos, como a produção radiofônica.

Um dos projetos do Itaú Cultural é o Rumos Literatura. Nessa iniciativa o centro cultural financiou trabalhos de criação literária para rádio, as chamas audioficções. Em outro exemplo, o programa Pedra de Toque, artistas como Arnaldo Antunes e Glauco Mattoso são entrevistados pelo curador da série, o poeta e jornalista Ademir Assunção. Em cada edição do programa os compositores, cantores e escritores falam de seus processos de criação e ainda recitam seus textos para os ouvites internautas. Tudo está on-line e tem acesso gratuito.

Confira em www.itaucultural.org.br

Por Marcelo Perilo

Uma gota de ordem

Posted in Uncategorized on 27/05/2009 by vivaletra

Um dos principais problemas da literatura na internet – como em várias outras áreas da web – é o excesso de informações e de fontes. O turbilhão de dados que encontramos na rede, por vezes, acaba sendo um desestímulo a procura. Sendo assim, todo recurso mobilizado para trazer um pouco de coerência, de organização no caos informativo é válido.

Em matéria de poesia em língua portuguesa, o site Jornal de Poesia, editado por Soares Feitosa, tem feito um trabalho bacana de organização de poesias, contos e críticas literárias. Inaugurado em 1996, o JP se propõe a publicar desde poetas consagradíssimos como Camões, Carlos Drummond e Ferreira Gullar, a figuras menos conhecidas – e o que é melhor – pessoas cujas obras  provavelmente jamais ganhariam as prateleiras das livrarias. A coisa funciona assim: você envia a sua obra ou crítica ao editor e ele permite você postar. É claro que o crivo existe, mas ele é também necessário para conferir ordem ao mar de poesia.

Encontramos poemas de toda sorte por ali. Poetas cujos nomes jamais foram ouvidos – contamos 40 poetas de nome Francisco! O próprio Soares Feitosa se diz orgulhoso da diversidade abrigada em seu site, no qual estão “lado a lado Fernando Pessoa e uma menina de oito anos”. É uma boa opção para quem procura literatura na internet:

www.jornaldepoesia.jor.br

Por Flávio Ricardo

Mini-contos

Posted in Uncategorized with tags on 25/05/2009 by vivaletra

Os limites de espaço para a escrita pareciam solucionados com o advento da internet. Com o pequeno número de bites necessários para longos textos, várias enciclopédias poderiam ser publicadas na internet sem que isso saturasse a quase infinita capacidade de armazenamento nos servidores da rede. Muito diferente, as publicações em papel esbarram em claras limitações de espaço.

O conteúdo de uma crônica num jornal ou o número de páginas de um livro, por exemplo, está condicionado ao destaque ofertado ou/e ao orçamento disponível para cada um dos tipos de texto. Contudo, contrastando com a vasta disponibilidade de armazenamento de dados na internet, alguns serviços on-line estão fomentando a proliferação de distintos estilos de texto que, em suma, se assemelham por uma peculiaridade: são necessariamente curtos. Melhor dizendo, curtíssimos.

Há um grande número de textos sendo publicados dentro de limites arbitrários, criados pelos serviços ou por seus usuários. E, dentre tais textos, surge também uma narrativa circunscrita a esses limites. Assim, as barreiras para os textos deixam de ter um caráter necessariamente limitador para se configurarem como um mote para a criatividade. Haja visto alguns posts no Orkut, onde os usuários publicam dentro do limites que o serviço estabelece para depoimentos ou recados.

Geralmente ficcionais, em prosa, limitados a uma página ou parágrafo, mas sem uma regra muito estreita que os limita a tal categoria, os mini-contos pululam nas obras de autores conhecidos, como Dalton Trevisan e Franz Kafka. A difusão de textos na internet com 1.000, 500 ou qualquer-número de linhas ou caracteres passou a ser uma constante em blogs, sites ou páginas de relacionamentos.

Dois amigos se separaram. Um pegou o caminho da direita, por dinheiro. Outro, o da esquerda, por ideologia. Ambos chegaram ao mesmo lugar. http://twitter.com/contoscurtos

Trocaram olhares no metrô. Telefones na escada rolante. Carícias no cinema. Beijos no motel. Ofensas no carro. Despedidas na esquina. http://twitter.com/deniscp

Como nos mini-contos acima, uma das experiências on-line mais radicais existentes atualmente em termos de limitação em número de caracteres pode ofertar um grande exemplo do que se pode fazer com inventividade e criatividade. Trata-se do site Twitter.com, onde os usuários têm, num único texto, o máximo de 140 caracteres (incluindo espaços) para escrever. Os mini-contos no Twitter estão em proliferação.

Por Marcelo Perilo

Literatura na internet

Posted in Uncategorized with tags on 24/05/2009 by vivaletra

A internet modificou a maneira de pensarmos muitas coisas. O seu advento mudou a forma como nos comunicamos, como nos tornamos públicos, como as pessoas se mostram, criando novas identidades, novas demandas e novos problemas. Muitas das coisas que fazíamos ficaram extremamente mais ágeis com a rede mundial de computadores: pagar contas, fazer matrícula na faculdade, enviar e receber correspondências, publicar textos, músicas, fotos e vídeos. A internet, assim como outras tecnologias, vem redefinindo gradativamente as interações entre os seres humanos. Isso nos faz pensar que nela haja o reinado do efêmero, do passageiro, daquilo o que morre com o cessar do dia. Mas então, como podemos refletir sobre a literatura – arte da palavra que permanece – como essa vem sendo feita nesse meio? É possível conciliar o efêmero ao indelével – visto que para ser literatura há de haver algo que tenha valor em diferentes gerações? Essa é a temática principal deste blog.

A literatura é uma arte milenar, que remonta a própria invenção da escrita. A partir do momento em que a humanidade cunhou uma forma de se comunicar utilizando símbolos lingüísticos, a literatura – a arte da palavra que permanece – vem ‘servindo’ aos mais variados fins, seja a divulgação de ideais religiosos, para a narração de feitos históricos de um povo ou nação, para a permanência da cultura e da sabedoria popular, para a fruição estética, para o entretenimento etc. Cada época produziu seus meios de se expressar a palavra escrita: tabletes de argila, papiros, gravuras em pedras e metais, murais em paredes e monumentos, livros, jornais, revistas e agora o computador e a internet. O que é peculiar, então, a esse último? Há uma literatura criada especialmente para ser lida on-line?  Se sim, quais são as suas características? Trata-se de algo possível de ser integrado aos cânones literários?

É buscando responder a esses questionamentos que pedimos o auxílio do nosso leitor na nossa primeira tarefa: indique links de páginas ou blogs escritos por pessoas que publicam contos, crônicas, poesia, dramas, enfim, todo e qualquer tipo de texto que tenha sido disponibilizado na rede antes de chegar às livrarias (se é que isso é realmente possível). Você pode dizer o que achou de interessante nessa página e assim contribuir com as nossas reflexões.

Por Flávio Ricardo